Escolhi o KDE Plasma… e deixei tudo como está
Um elogio ao equilíbrio entre liberdade e simplicidade

Sou utilizador de GNU/Linux há cerca de 20 anos. Durante muito tempo adorei — e continuo a adorar — a liberdade que o Linux me dá. Sempre foi essencial poder moldar o sistema à minha medida: mudar temas, ajustar o painel, substituir menus, afinar fontes, configurar atalhos, instalar docks, remover efeitos… enfim, adaptar tudo ao meu gosto.

Mesmo quando os ambientes gráficos by default deixavam a desejar em comparação com os sistemas mainstream, bastavam alguns ajustes para corrigir isso. E eu investia esse tempo com gosto.

Mas hoje sou um utilizador diferente.

Não deixei de gostar de personalizar um sistema instalado de raiz, mas tenho menos disponibilidade para o fazer. Tenho menos tempo, chego mais cansado. E, para ser honesto, já não preciso de configurar tudo como antes.

Ambientes de trabalho como o KDE Plasma — e também o GNOME, entre outros — oferecem atualmente uma experiência surpreendentemente equilibrada logo à partida. São limpos, elegantes, leves e funcionais. Para o meu perfil, o Plasma faz mais sentido (ainda que consiga usar o GNOME sem grandes stresses).

O painel está no sítio certo. Os ícones são discretos mas reconhecíveis. O compositor é fluido sem distrair. As aplicações nativas integram-se de forma coesa. Tudo flui com uma naturalidade que, honestamente, há uns anos seria impensável no mundo Linux.

Claro que o Plasma continua a ser o ambiente gráfico para quem quer personalizar até ao último pixel. Mas o que mais me impressiona hoje é outra coisa:

Hoje, um desktop Linux não me pede nada.
Posso mudar um pormenor ou outro mas são coisas mínimas. No geral, o Plasma limita-se a deixar-me trabalhar. A deixar-me estar.

Ironicamente, foi esta liberdade de não ter de mexer em tudo que me prendeu. A sensação de estar a usar algo feito com gosto, com atenção ao detalhe — mas que respeita a minha escolha de não fazer escolhas.

Sim, podia instalar uma dock ao estilo macOS.
Podia aplicar um tema ao estilo Windows 11.
Podia transformar isto tudo num laboratório gráfico.

Mas não vou.

Porque hoje, o KDE Plasma já é, por defeito, tudo o que preciso.

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