A democracia só é plena quando a liberdade é também positiva: quando o Estado cria condições para que todos, e não apenas alguns, possam realmente escolher. Isso inclui acesso universal à saúde, educação, proteção social e habitação. Sem esses pilares, a liberdade torna-se um privilégio.
Os liberais esquecem-se, ou escolhem ignorar, que o mercado por si só tende a reproduzir desigualdades. Deixar a saúde ou a educação nas mãos do lucro é aceitar que quem tem mais meios viverá melhor, e quem tem menos viverá pior. Essa não é uma sociedade livre: é uma sociedade estratificada.
A posição da Iniciativa Liberal, ainda que coerente do ponto de vista ideológico, falha na compreensão das realidades sociais. Um Estado ausente não é sinónimo de eficiência: é sinónimo de exclusão.
Liberdade sim. Mas uma liberdade que não ignore as condições materiais que moldam a vida dos cidadãos.


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